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Sobre o blog

A intenção é promover um diálogo entre fotografia, geografia e jornalismo.

Não é proposta, a princípio, trabalhar com o factual. Muitos blogueiros fazem isso com a maior competência. Os que mais sigo estão indicados na lista.

A menor interferência possível nos comentários também é proposta do blog.

Obrigado pela leitura ou espiada.





terça-feira, 30 de junho de 2009

Pombos e prédios


Uma revoada de pombos-correio acontece todas as manhãs e tardes na Avenida Pelinca. Acredito que o vôo sincronizado das aves tenha outros apreciadores além de mim. Comum em praças, a presença deles no local tem algo de inusitado.
Os pombos-correio geralmente são criados em caixotes por pessoas que moram em casas. Mas nessa localidade, na "zona sul" de Campos, chega a surpreender. A Pelinca e o vizinho Parque Tamandaré registram um grande processo de verticalização. Em que, inversamente, prédios de vários andares são plantados no chão e árvores desaparecem.
Em que os quintais somem e os playgrounds - naqueles condomínios onde isso é possível - tomam seu lugar. Tenho dúvidas sobre essa tendência da cidade. Plana, contemplada por vento nordeste que suavisa os tórridos verões, precisava a vista ser concretada desse jeito?
Pretendo aprofundar o tema verticalização mais pra frente. Por hora ficam aí os pombos em seu vôo rotineiro sobre casas e entre prédios, como uma metáfora pra gente pensar.

domingo, 28 de junho de 2009

Desabafo de Herbert Viana


Li no Sociedade Blog e acho tão fundamental essa reflexão que passo a frente. Vale a pena ler. Aqui

Bicicleteiros


Quando a gente consegue parar uns três ou quatro carros numa via e sem sair dele bater um papo gostoso, sem atrapalhar o espaço dos outros? De bicicleta isso é possível e tranquilo.

Pensa aí num prazer que te deixa com sentimento de culpa. Chocolate, brigadeiro, chope... Pois é, de bicicleta dá para tirar a diferença em pedaladas.

Além do mais, quem já ouviu falar em teste do bafômetro para ciciclistas?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Uma foto para o texto



Sesta Antiga

A ruazinha largateando ao sol.
O coreto de música deserto
aumenta ainda mais o silêncio.
Nem um cachorro.
Este poeminha
brotando áspero e quebradiço
é a única coisa do mundo.

Mário Quintana - in Quintana de Bolso
Rua dos Cataventos e outros poemas
L&PM Pocket

PS: O mais bacana é que tive acesso ao livro num café, via Movimento Livro
Livre de Rio das Ostras.

Nuvens e algum sol na planície


Dizem os sábios da Climatempo que chover não chove na planície. Que o sol ficará ligeiramente sufocado pelas nuvens e que a temperatura lá pelas bandas da tarde encostará nos 20 graus celsius.

Dizem também que uma nova frente fria se aproxima de nós, do Rio de Janeiro e do interior do estado.
Minha janela parece confirmar esses dados.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Insensibilidade urbana


No final dos anos 90 a simpática praça do Liceu passou por uma restauração. Especializada no assunto, a empresa Ópera Prima fez uma recuperação minuciosa de cada pedra do coreto.
Segundo os arquitetos da empresa que fizeram a pesquisa histórica, originalmente ele foi concebido para existir com o material sem nenhum revestimento.
Depois de todo o trabalho, com a praça tendo ganhado um projeto de luz que a realçou, iniciou-se nos últimos anos seu declínio. Para piorar, um grafiteiro achou que sua arte é mais importante, e a situação está do jeito que a foto mostra.
Como quem vive em Campos sabe, nos últimos governos o custo de obras muitas vezes ultrapassaram o bom senso, as limitações legais e os valores de mercado.
Agora fica a questão. Vamos deixar o espaço de lazer e convivência ir perdendo para depois passar por nova e cara recuperação? O cidadão nada tem haver com rusgas de grupos políticos.
O interesse público deve sempre prevalecer sobre os partidários. Espera-se que a fase policialesca da vidinha política de Campos fique só nas atuais investigações e punições.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Privatização de calçadas revela "não-cidadania"



A cena se repete cotidianamente. Calçadas da cidade são tomadas por veículos, tapumes de obras, vendedores ambulantes, objetos diversos. O pedestre desvia disputando a rua com os carros. As pessoas pouco reclamam disso. A constatação vai além do senso comum.

O trabalho acadêmico das formandas de geografia Aline Guimarães e Débora Oliveira Chagas, do IFF (Cefet-Campos) dá uma boa dimensão do problema. Neste caso, tomando como referência a idéia de uma privatização do espaço público. Entre brigar por nosso direito e desviar, preferimos a segunda opção. Recorrendo a diversos pensadores sociais, as autoras do trabalho afirmam que no Brasil se constata um processo de 'não cidadania'.



De onde vem isso? Herança histórica e cultura política. Em texto publicado em 2007, repercutido na monografia, o pesquisador Carlos Alberto Almeida mostra resultado de investigação feita com 2.363 pessoas de condições diversas. O assunto: a relação do brasileiro com aquilo que é público.

Setenta e quatro por cento dos entrevistados entendem que “cada um deve cuidar somente do que é seu, e o governo cuida do que é público”. Outros 25% discordam. Um indicativo a mais de não cidadania é visto na questão “ninguém deve usar as ruas e as calçadas para vender produto”.
Só 39% dos entrevistados concordam. Outros 60% discordam. Há no país uma confusão entre público e privado como assinala a monografia:





...“No elemento da dualidade entre o país real e o país formal pode se destacar que o “jeitinho brasileiro” é baseado em padrões pessoais em que o sujeito é normativo porque cria e recria suas próprias normas, sem levar em consideração as normas já existentes para a coletividade em uma determinada situação. A dualidade está na existência da lei (formalidade) e no "jeitinho" (realidade) que se dá para burlar tais regras."



O que diz o gestor




O setor de postura da prefeitura de Campos prepara uma reação. Uma das ideias é confeccionar uma mini edição do código de postura para ser distribuído na cidade. Diretor da Divisão de Postura, Francisco Balbi (Capitão Balbi) concedeu entrevista às pesquisadoras.





O tema do trabalho acadêmico, a Privatização dos Espaços Públicos, enfoca o quadro de ocupação de calçadas e outros espaços públicos da zona central de Campos. Para reverter a situação atual, em que prolifera o comércio informal nesses espaços, o Capitão Balbi adianta um dos projetos do governo. "A nossa ideia é colocar os ambulantes em locais determinados, onde eles possam atuar com mais condições de trabalho".

A cidade já tem um espaço desse tipo, o Shopping Popular Michel Hadad, o popular camelódromo - criado na gestão do ex-governador Garotinho. Nos governos Arnaldo Vianna e Alexandre Mocaiber surgiu a idéia de transferi-lo para o pavimento superior da Rodoviária Roberto Silveira. Obras nesse sentido foram iniciadas no final do governo.






sábado, 20 de junho de 2009

Gente Poesia


A pétala de rosas do IFF

Carol ataca a vida com fúria. Não é para menos. Quando nasceu cabia numa caixinha de sapato. Veio prematura. Amigas da mãe que a viram tão pouco promissora naquele momento hoje indagam: "Das Dores aquela criança virou essa pétala de rosas?" Aos dois anos enfrentou a primeira de uma série de cirurgias para consertar a coluna.

Ela tem uma escoliose congênita progressiva que a impede de passar de um metro e 33 centímetros. Sem tem órgãos menores que o de outras moças de sua idade, o entusiasmo de viver pode superar o da maioria.

O riso é tão constante em sua boca que quando fica quieta todos a sua volta notam logo que algo está errado. Os olhos verdes e brilhantes são um dos seus motivos de orgulho. E eles ficam facilmente acesos quando o assunto é baile.

Aí Ana Caroline Pessanha Barreto é capaz de treinar por horas seguidas para conseguir ficar em cima de uma sandália plataforma de 17 centímetros para não fazer feio. Um dos seus lugares preferidos é a praia do Açu, no litoral fluminense.

Ali encontra nos fins de semana amigas como a produtora Adriana. Juntas formam uma dupla do contraste. A amiga com seus 1,80 m e “Carolsinha” nos 1,33 m. Com outras amigas elas se esbaldaram recentemente no show do Calypso.

Tudo devidamente fotografado e filmado. Os bailes no Açu chegam a durar seis horas. As moças prendadas estão tão raras quanto uma sandália 33 para Carol. Pelo menos uma que não seja de loja de criança.

Mas ela aprendeu a se sair bem nas tarefas do lar. Graças a mãe, dona Maria Carlos, 74, domina o básico. Diz que cozinha bem, mas ao mesmo tempo admite que no início seu arroz podia ficar grudado no azulejo.

Hoje dá conta até de mocotó. A colega de trabalho Michele Ferreira, 23 não leva fé. “Não acredito que ela cozinhe bem. Só quando ela trouxer pra mim que vou acreditar”. A comidinha ainda não chegou ao setor de multimídia do Instituto Federal Fluminense (IFF) onde Carol trabalha.

Ela é uma das bolsistas de iniciação ao trabalho da instituição. Depois do ensino médio completo projeta um novo desafio, o curso de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) que há décadas funciona em Campos.

Mas o desanimo tem rondado sua cabecinha. Em julho será preciso tomar a decisão. Até lá, Carol seguirá entre bailes, sandálias plataforma e um outro prazer: as paqueras. Recentemente ficou encantada com um técnico de informática.

A espontaneidade com que descreveu o impacto do encontro é típica dela: “Bonito, educado, simpático, não muito alto e faz meu estilo. Corpinho saradinho! Percebi que tem um abdome ali. Tanquinho, bonitinho!”.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O caminho das pedras



Duro nesta vida é o caminho das pedras. Descobri-lo custa, principalmente se não há uma alma generosa para nos ensinar. Mas na bela Praia Virgem, pelo menos, ele não segue a lógica capitalista de um preço a pagar pelo percurso.

A gente anda por ali com uma volúpia nos olhos, na dúvida sobre o que sorver mais: se o mar, a mata entorno, as pedras esculpidas por água, vento e incessantes lanhadas das ondas. É daquelas imagens que cutucam o povo ateu, os agnósticos mais duros - será que não é mesmo coisa de um criador?

A Carolzinha viu a imagem a uns dois metros da tela do computador e notou os cortes sucessivos. Eles a levaram a pensar em nós de dedos de uma mão fechada. É uma praia de Rio das Ostras que vai sendo descoberta aos poucos.
* Em breve postarei aqui o perfil da Carolzinha, numa seção chamada Gente Poesia

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Campos e Macaé, os diferentes quintais


Um vizinho passa a ter verdadeira dimensão de como anda seu quintal quando olha o do outro. Nesse momento, aquilo que parecia ser um matinho razoável ganha proporções negativas. Afinal, o vizinho tem grama e jardim florido.

É mais ou menos o que me ocorreu ao reparar nessa placa na entrada de Macaé. Nas duas principais entradas da cidade ela se faz presente. Veio logo a indagação inevitável. O que se poderia escrever numa dessas erguida nas entradas de Campos dos Goytacazes?

Somos capital de quê? Sim, eu sei que o noticiário policial recente e de um tempinho atrás nos projetou no cenário nacional, não como produtores de petróleo, mas de farta corrupção.
Mas estou sempre a fazer essa reflexão, a do para onde podemos ir. O referencial do passado não anima muito. Poucos lugares no Brasil tiveram uma eliminação de índios, habitantes originais da planície, tão eficiente. Não sobrou quase nada dos bravos goitacazes.

Da mesma forma tratamos com os maiores requintes de crueldade os negros escravos. Tudo por aqui sempre foi tacanho, reacionário, dissimulado. A elite patrimonialista, individualista, incansável na administração de seus privilégios.

Quando a oportunidade de redenção econômica surgiu no cenário local, os usineiros fizeram o que puderam - num contexto de ditadura militar - e a indústria do petróleo plantou sua capital nas terras do vizinho.

Posso dizer vizinhos porque até Rio das Ostras tem tirado bom proveito.
Basta conversar com donos de pousadas para saber que há boa ocupação de seus leitos com pessoal da Petrobras, que para lá é enviado em cursos. Trabalhadores de vários estados do país.

A nós tem restado olhar como o vizinho redesenhou sua cidade. Suas avenidas que integram diferentes setores do município. Como grandes hotéis ali se instalaram, as empresas do setor petrolífero por aí vai.

Estudos aprofundados sobre o impacto da indústria do petróleo nas cidades do Norte Fluminense podem ser acessados em instituições como o IFF e a Candido Mendes, campus Campos.
No momento, Macaé é realmente a capital do petróleo com sua feira internacional que mais uma vez se realiza.

Boa cobertura pode ser lida no blog do professor Roberto Moraes e, claro, nos nossos tradicionais jornais.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Pode e não pode


Parece haver dois pesos e duas medidas na forma de as autoridades tratarem o litoral no interior fluminense. Em São João da Barra e São Francisco do Itabapoana foi exigida a derrubada de quiosques que estão a menos de 300 metros do mar.

Não é preciso uma trena para constatar que nas duas situações acima as construções estão a bem menos de 300 metros da água. No primeiro caso, trata-se de bares na beira-mar do Centro de Rio das Ostras.

No segundo, um outro na simpática e despojada praia do Abricó, na mesma cidade. Por que no Norte Fluminense a ordem é desfazer tudo e por lá aparentemente está tudo bem? É uma questão polêmica.

A idéia de legisladores, ambientalistas, Ministério Público Federal e Justiça Federal é preservar o litoral e a fauna marinha. Mas por outro lado há práticas que concorrem com esse desejo ambiental e legal.

Muito antes da cultura de consciência ecológica, as pessoas iniciaram a exploração dos espaços litorâneos. Toda a estrutura de turismo, seja a pública ou a privada - aí incluindo a indústria da propaganda e publicidade - consolidam um uso comodista, consumista e individualista da praia.

Então fica aquela questão inconclusa: derrubar tudo, ou abrir exceções com potencial de contenda.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Bicicleteiros I


Uma das paixões deste blogueiro é ela, coisa mais linda, que descansa a beira-mar, como vocês podem ver. Felizmente nas mexidas que as prefeituras vêm dando nas cidades tem-se reservado espaço para a boa atividade de pedalar.
Nas cidades litorâneas, como Rio das Ostras, aonde fotografei a a bicicleta modelo feminino à espera de seu dono ou sua dona, é espaço para lazer. Em Quissamã tem uma de quilômetros que liga cidade e setor rural.

A ciclovia criada em Campos nos anos 80 pelo ex-prefeito Garotinho também serve pra lazer e para condução de muita gente ao trabalho. Bom também é que cidades planejem faixas exclusivas para ciclistas em todas as vias onde isso for possível. Já vi em algumas.

Com a bicicleta todos só temos a ganhar. A saúde e a poesia agradecem.

domingo, 14 de junho de 2009

Que tal um domingo de jazz e blues?


Adoro bastidores. Por isso, a janela que sobrou pra mim da apresentação do gaitista Jefferson Gonçalves e sua Blues Band veio a calhar. Registrei o momento em que ele passa a frente seu domínio do instrumento.


Dali deu pra ver também o trabalho do fotógrafo de Veja e sua tele poderosa. A movimentação da turma da produção e de como, nesse segmento, a família se envolve na atividade. Um menino, filho de um dos músicos, ajudava a vender CDs.


Bastou o Jefferson anunciar que para levar um dos seus trabalhos pra casa bastava renunciar a quatro latinhas de cerveja - R$ 10,00 - para meu cantinho ganhar grande concorrência.


O show faz parte da ótima programação do sétimo Rio das Ostras Jazz e Blues Festival. O palco na Lagoa de Iriri permite aquele contato bem próximo do artista, o que em geral não se consegue nas apresentações em grandes espaços.


Neste domingo vale a pena moradores de cidades próximas levantarem mais cedo e viajar até RDO. No mesmo palco de Iriri se apresentarão às 14h John Hammond Quartet e as 17h15 o Spyro Gyra encerrando o evento.


No caso dos campistas também vale conferir o aparente melhor proveito que a cidade tem tirado do rico dinheiro dos royalties do petróleo. Mais sobre o festival aqui


sábado, 13 de junho de 2009

A essência está nos detalhes



Um laguinho sinuoso onde convivem placidamente pequenas carpas e outros peixinhos. É a passagem entre um hotel e a praia do Abricó, em Rio das Ostras. Uma composição bacana, não fosse por um pequeno detalhe, visto à esquerda, no meio da imagem: um copo plástico.


Quase nada demais. A praticidade humana criou copos descartáveis que ajudam bares, restaurantes, hotéis e a casa da gente. Nada mais humano que usar copos descartáveis e deixá-los depois dando sopa por aí. Aí...

"É absolutamente chocante quando se navega no meio do nada, a milhares de quilômetros da costa, e se descobre a alta concentração de plástico na água", diz o inglês Adam Walters, um dos pesquisadores que viajam a bordo dos barcos do Greenpeace. Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos".
(Trecho de matéria das repórteres Paula neiva e Roberta de Abreu Lima, de Veja. Para ler a matéria completa aqui

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Um jeito estranho de ser


Uma primeira leitura que esta vitrine de Dia dos Namorados sugere: pode ser de qualquer país de língua inglesa, aonde o dia dos casais seja comemorado. Comemorado ou programado pela publicidade, a propaganda e o comércio?

Mas a vitrine não é de Londres ou Estados Unidos, onde o Valentine Day acontece em 14 de fevereiro. Na verdade é de uma loja da Pelinca. Isso me faz pensar em que tentar ajustar os modos linguísticos do Brasil a seus irmãos de influência lusa talvez seja esforço de validade relativa. Os da terrinha portuguesa não parecem se interessar muito por isso.

Pelo menos em Campos, na hora do vamos vender, expressões isoladas da língua de Shakespeare, ou frases inteiras comparecem com firmesa. Para além do exemplos abundantes no comércio, nas promoções de festas para universitários, há os nomes de prédios. Uma das marcas de nosso jeito estranho de ser.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quatro definições de paisagem






Praia, o Pontal acabado. (Adriana Gomes da Silva, bolsista da inclusão ao trabalho do IFF)
[O Pontal revela aos visitantes de Atafona, praia do Norte Fluminense, uma das paisagens mais impactantes do litoral do Estado do Rio. No senso popular, o que acontece ali é que o mar está engolindo o lugar]

Uma visão da natureza tão magnífica, que naquela hora você gostaria que a pessoa que você gosta estivesse presente. (Luis Felipe Wendhusen – estudante de automação do IFF)

Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons. (Milton Santos - geógrafo)

A paisagem é um produto objetivo, do qual a percepção humana só capta, de início, o aspecto exterior. Há como que um ‘interior’ da paisagem, uma substância, um ser da paisagem que só deixa ver seu exterior. É, aliás, isto que dará aos olhos de certos geógrafos, o limite da abordagem paisagística.

Ao mesmo tempo, a intenção e a esperança científicas do geógrafo consistem em tentar ultrapassar esta superfície, esta exterioridade, para captar a ‘verdade’ da paisagem. (Jean – Marc Besse - Geógrafo)






Os textos dos geógrafos foram extraídos do artigo “Diálogo entre as categorias da geografia: Espaço, Território, e Paisagem”. Revista Caminhos da Geografia: www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html

terça-feira, 9 de junho de 2009

Goiabinhas

Moçada, este blogueiro agradece a boa acolhida e o carinho manifestados via e-mail e mensagens. Não cortei os exageros a meu respeito. Minha política é cortar o mínimo em comentários feitos aqui.

Se um dos companheiros (as) souber explicar a este semi-analfabeto virtual como faz para o título de blog ficar em minúsculas agradeço. Já tentei e desisti. Por enquanto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O espaço de cada um


A criança que volta para casa nesse ônibus escolar terá que visão de mundo? Acostumada a embarcar num veículo estacionado em cima da calçada, como ela vai assimilar a regra de trânsito que delimita o espaço de gente e o espaço de carros?

A fotografia suscita uma série de reflexões. Entre elas, o fato de a inversão de valores acontecer na saída não de uma, mas de duas escolas. Escolas que trabalham na formação de crianças e adolescentes.

Outra questão é o espaço. E este é geográfico e o da vida de cada um de nós, de nossa rotina. Dele vamos tratar aqui com a visão dos geógrafos e dos cidadãos. A noção de espaço é construída pelo homem. Resulta de posse e de interações.

Para as cidades, a ocupação das ruas é um tema da maior relevância. É um dos maiores desafios para a administração. Não basta olhar para o problema de forma simplista. A população cresce, o número de veículos também e o espaço tem seus limites.

O assunto terá continuidade aqui num debate que o blog pretende estender a todos os que têm preocupação com essa reflexão tão necessária.

sábado, 6 de junho de 2009

Alô mamãe, 2010 vem aí


A próxima data comemorativa do ano se aproxima, o Dia dos Namorados, no Brasil 12 deste mês. E o simpático secretário de agricultura do Estado do Rio, Christino Áureo continua a sorrir para as mamães. Seu outdoor mantem-se plantado em lugares como a Avenida Pelinca disputando atenção de quem passa.

É uma campanha grande. A peça está também na BR-101-Norte, próximo às entradas de Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabu. Neste último município do Norte Fluminense constatei pessoalmente a mensagem. Desconfio que nos demais também houve/há homenagem às mães.

Não tenho lembrança de atitude parecida do político em anos anteriores. Mas sempre dá tempo de lembrar das mães. Com elas ainda podemos contar. Com os políticos...

Não creio que o deputado consiga muita coisa com esse tipo de apelo. Mas, 2010 é ano eleitoral. E como se sabe, na precária vida política nacional a tradição marca presença. Pelo menos nosso ex-gerente do Banco do Brasil em Campos, aonde começou na vida pública, não tem a cara de pau de dizer que é homenagem de amigos.

Esse tipo de auto-promoção rolou muito nessas paragens na administração Arnaldo/Ilsan Vianna.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Insensibilidade urbana



Os desenhos e mensagens adolescentes chamam atenção. Mas clama por explicação esse sepultamento da árvore. Quem terá sido a cabeça “brilhante” que concebeu isso? Posso assegurar que é coisa ainda do “desgoverno Mocaiber”.

Essa e outras árvores da Avenida Alberto Torres, na calçada da simpática Casa de Cultura Villa Maria, tiveram suas raízes duramente isoladas por grossa camada de cimento. Não lembro de ter visto situação igual em outras cidades e mesmo em outras ruas de Campos. Será mesmo este o tratamento adequado para a manutenção das árvores?

O curioso é que fica bem próximo da Secretaria do Meio Ambiente.

Nem tudo é MSN




O velho bruxo Marx alertava: a essência está nos detalhes.
Um detalhe do detalhe nesta fotografia feita com câmera sem zoom ótico é a revelação do quanto comunicar-se é essencial para o ser humano. Acho muito 'auspicioso' que isso aconteça num prédio de classe média da região mais valorizada em Campos atualmente.

Nos bairros populares ainda acontece de senhoras e famílias inteiras colocarem cadeiras nas calçadas para pôr a conversa em dia.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sutilezas urbanas


O rupestre pós-moderno não poderia estar numa caverna. Mas pode perfeitamente não ser decifrado pela gente que passa com a cabeça cheia de coisas muitos importantes a fazer.

O olhar tem de estar descarregado e ajuda que seja cedo, antes de os donos da rua, os carros, chegarem.
A rua é a Desembargador Álvaro F. da Silva, na Avenida Pelinca, na zona central de Campos. A galeria ao ar livre pode ser contemplada nas paredes do finado restaurante Espetos.
Foto do lugar

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Os colegas têm em mãos uma ferramenta versátil e interativa. Para as postagens pedimos que se identifiquem. Assim, nossas manifestações poderão ser ainda mais responsáveis. Todos estão convidados a contribuir acrescentando com seus comentários informações, dados, detalhes que tornem nossa comunicação melhor. Para os comentários optamos pela mediação possibilitada pelo blospot. Mas nossa intenção é apenas resguardar pessoas e nossa instituição. Tão logo seja possível eles estarão na página. Outra questão é que o blog pretende-se dinâmico. Muda de acordo com as interações. Por exemplo, se os colegas quiserem criamos seções para artigos, crônicas, poesias, reflexões. Mandem seus textos assinados para iffcamposcentro@gmail.com No mais, vamos falando... Antonio Fernando Nunes - Comunicação Social do campus