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terça-feira, 23 de junho de 2009

Privatização de calçadas revela "não-cidadania"



A cena se repete cotidianamente. Calçadas da cidade são tomadas por veículos, tapumes de obras, vendedores ambulantes, objetos diversos. O pedestre desvia disputando a rua com os carros. As pessoas pouco reclamam disso. A constatação vai além do senso comum.

O trabalho acadêmico das formandas de geografia Aline Guimarães e Débora Oliveira Chagas, do IFF (Cefet-Campos) dá uma boa dimensão do problema. Neste caso, tomando como referência a idéia de uma privatização do espaço público. Entre brigar por nosso direito e desviar, preferimos a segunda opção. Recorrendo a diversos pensadores sociais, as autoras do trabalho afirmam que no Brasil se constata um processo de 'não cidadania'.



De onde vem isso? Herança histórica e cultura política. Em texto publicado em 2007, repercutido na monografia, o pesquisador Carlos Alberto Almeida mostra resultado de investigação feita com 2.363 pessoas de condições diversas. O assunto: a relação do brasileiro com aquilo que é público.

Setenta e quatro por cento dos entrevistados entendem que “cada um deve cuidar somente do que é seu, e o governo cuida do que é público”. Outros 25% discordam. Um indicativo a mais de não cidadania é visto na questão “ninguém deve usar as ruas e as calçadas para vender produto”.
Só 39% dos entrevistados concordam. Outros 60% discordam. Há no país uma confusão entre público e privado como assinala a monografia:





...“No elemento da dualidade entre o país real e o país formal pode se destacar que o “jeitinho brasileiro” é baseado em padrões pessoais em que o sujeito é normativo porque cria e recria suas próprias normas, sem levar em consideração as normas já existentes para a coletividade em uma determinada situação. A dualidade está na existência da lei (formalidade) e no "jeitinho" (realidade) que se dá para burlar tais regras."



O que diz o gestor




O setor de postura da prefeitura de Campos prepara uma reação. Uma das ideias é confeccionar uma mini edição do código de postura para ser distribuído na cidade. Diretor da Divisão de Postura, Francisco Balbi (Capitão Balbi) concedeu entrevista às pesquisadoras.





O tema do trabalho acadêmico, a Privatização dos Espaços Públicos, enfoca o quadro de ocupação de calçadas e outros espaços públicos da zona central de Campos. Para reverter a situação atual, em que prolifera o comércio informal nesses espaços, o Capitão Balbi adianta um dos projetos do governo. "A nossa ideia é colocar os ambulantes em locais determinados, onde eles possam atuar com mais condições de trabalho".

A cidade já tem um espaço desse tipo, o Shopping Popular Michel Hadad, o popular camelódromo - criado na gestão do ex-governador Garotinho. Nos governos Arnaldo Vianna e Alexandre Mocaiber surgiu a idéia de transferi-lo para o pavimento superior da Rodoviária Roberto Silveira. Obras nesse sentido foram iniciadas no final do governo.






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