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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Podem tomar nossas calçadas à vontade


Ruas são modificadas para atender a novas demandas das cidades. Parece natural que assim seja. Mas certos dispositivos legais nem sempre acompanham as demandas sociais na mesma proporção.

O Código de Postura pode ser bem um desses casos. A fotografia aí de cima, tirada num domingo, mostra uma senhora passando sozinha pelo que lhe restou da calçada. Fosse um outro dia e a pessoa em questão um cadeirante, restaria a rua como única opção.

Isso num momento em que o trânsito de veículos desse uma trégua. Conversando com professores do curso de Construção Civil do IFF (Cefet Campos) eles disseram acreditar que os responsáveis por obras usam a calçada numa faixa permitida pelo Código de Postura.

Nem vou saber quantos centímetros ou um metro e o que é autorizado pelo dispositivo legal. Não precisa. Seja quanto for, hoje em dia não cabe mais. A cidade de Campos deixou de ser pequena. É de médio porte. Tem quase 500 mil habitantes e em breve terá o dobro.

Prédios ao serem construídos têm de apresentar em seu projeto alternativas para usarem a área do terreno em que serão edificados para as suas necessidades. A sociedade não pode pagar, abrindo mão de sua mobilidade, por essa espaçosidade.

No Centro estão transformando o ponto de uma antiga loja, a Imperial, fechada há pouco tempo, num novo empreendimento. O tapume avançou totalmente sob a já estreita calçada da Barão de Cotegipe. A imagem mostra claramente o que os pedestres têm de fazer e em que condições.

Seria o caso de os vereadores de Campos, tradicionalmente chegados a retirar a tradição das ruas mudando-lhes os nomes, proporem uma revisão desse código. Ele precisa corresponder aos novos tempos ou ao menos a retransformações espaciais e os usos da cidade em sua dinâmica incessante.

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