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Sobre o blog

A intenção é promover um diálogo entre fotografia, geografia e jornalismo.

Não é proposta, a princípio, trabalhar com o factual. Muitos blogueiros fazem isso com a maior competência. Os que mais sigo estão indicados na lista.

A menor interferência possível nos comentários também é proposta do blog.

Obrigado pela leitura ou espiada.





sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sutilezas urbanas


O Centro de muitas cidades começa pelo esquema praça, igreja, rua principal. Salvo engano, São Fidélis nasceu pela Vila dos Coroados, os índios que habitavam originalmente a localidade. Mas no arranjo da cidade, em seu planejamento com inspirações hispânicas, cada uma das estruturas citadas antes teve e tem seu lugar.

Para quem vive lá, a igreja, destacada pela iluminação, pode ser imagem banal. Mas para quem visita é uma beleza. Uma das muitas curiosidades é que ela tem uma frente para a praça e outra para o Paraíba. Ainda não investiguei o assunto, mas contam que há uma passagem subterrânea que atravessa uma parte do Centro.

Crônica publicada no Monitor nesta sexta


A força da rapaziada

Os grêmios estudantis de Campos estão em grande atividade. O motivo para todo um conjunto de articulações e caça a votos é o futuro da tradicional Federação dos Estudantes de Campos (FEC). Esta semana, uma das correntes que se candidata a comandar a entidade fez um encontro no IFF (ex-Cefet).

Segundo informação de uma fonte, 12 grêmios participaram. Entre eles o de escolas com grande número de alunos, como Félix Miranda e Isepam.
Infelizmente não pude ir aos detalhes sobre o assunto nos jornais. Apenas o jornal o Diário compareceu.

O assunto merecia atenção melhor da mídia local. Faço referência neste caso aos jornais. As televisões em geral só cobrem campanhas políticas e só mostram algo dos setores políticos quando o assunto resvala para o lado da polêmica – ou como tem sido freqüente, polícia.
É uma pena.

O grosso da população ainda se informa e forma opinião pela tevê e pelo rádio. Esse último vai do circo ao toma-lá da-cá mais descarado. Além do mais é repositório de toda sorte de programas de políticos e religiosos – vários deles de péssimo gosto. Mas o assunto deste texto é a rapaziada. Acho que os jornais, que têm editoria de política, deviam acompanhar melhor porque o movimento estudantil é atividade política.

Não é demais lembrar o uso que os governos Arnaldo Vianna e Alexandre Mocaiber fizeram da FEC. Com uma diretoria equivocada, a entidade foi usada para defender essas administrações – a última alcunhada de desgoverno Mocaiber. Lógico que há interesses partidários e outros no movimento estudantil. E é bom que seja assim. Se tem alguém que pode mudar alguma coisa é o jovem.

Do tal encontro participaram quadros políticos como Paulo Albernaz, Mário Lopes e Papinha. Um foi governo, o outro é e o terceiro é um jovem vereador. Não vou gastar minhas poucas linhas cedidas pelo Monitor para falar da importância histórica da FEC. Isso é fácil de saber. Quero apenas deixar para reflexão o seguinte: vivemos na era do cinismo, da solidão coletiva, do FDS – leiam dane-se porque não posso escrever aqui na íntegra.

E quem sacudiu o Centro de Campos recentemente, numa manifestação contra a violência que tira a vida de jovens? Os grêmios articulados, os diretórios acadêmicos, os estudantes. Eles são talvez a única alternativa de contraposição à indiferença, uso criminoso das instituições políticas e da esperança popular.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Eles vão à luta



Foi-se o tempo em que algo só tinha chance de chamar atenção do público se a mídia cobrisse. Com fotografia digital e internet na mão, as pessoas vão à luta. Um exemplo é o trabalho da rapaziada que milita no movimento estudantil e na juventudade socialista.

Nos blogues Sapientia e blogdosepe há um bom release sobre a mobilização para retomar as atividades da Federação dos Estudantes de Campos, a FEC. Texto e fotos.
Nos moldes do trabalho produzido por assessorias de imprensa, o material foi enviado para e-mail de jornalistas, blogueiros e outros formadores de opinião.
Estou falando no assunto aqui atrasado, mas o fato é que os estudantes se reuniram na terça-feira para mais uma etapa de preparação para o congresso que decidirá o futuro da tradicional FEC.

Nesta sexta levo o assunto para a imprensa formal no meu quintalzinho no Monitor Campista. Também postarei aqui a crônica.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Celular de risco


Um alerta para usuários de celular, quase todo mundo hoje em dia. A bateria realmente estoura e pode dar em sérias complicações. O conjunto da foto é o que sobrou do celular de uma estudante do IFF (ex-Cefet Campos).

O caso aconteceu há cerca de dois meses. O aparelho estava na bolsa dela. Logo após descer de uma van a moça notou uma fumaça que tomou proporções assustadoras. Jogou a bolsa no chão e com a ajuda de populares se livrou do celular em decomposição.

Seu namorado, estudante de automoção, faz um alerta que vale a pena ser considerado: "as pessoas põem o celular no bolso e suam. O suor pode ajudar a fechar curto".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Marco Aurélio de Mello fala sobre diploma para jornalistas


O Observatório da Imprensa destaterça-feira vai ser especial. O jornalista Alberto Dines entrevistará o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello. Em recente votação no STF sobre a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo, ele foi o único, entre nove ministros, a contrariar o parecer do ministro Gilmar Mendes.

A tônica das declarações de voto foi a associação da exigência do diploma a uma determinação da ditadura militar, além de uma suposta incompatibilidade com o texto da Constituição de 1988. Vamos saber do ministro o porquê de sua posição e as consequências do resultado da votação sobre o futuro do Jornalismo no país.

Roda Viva entrevista assessor de Lula


O ministro José Antônio Dias Toffoli, advogado-geral da União, é o convidado do Roda Viva desta segunda (27/7). O programa será transmitido ao vivo, às 18h30, pela IPTV Cultura (http://www.iptvcultura.com.br/), e às 22h10 pela TV Cultura, na íntegra.

Toffoli dá consultoria e assessoria jurídica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele deve falar sobre sua possível candidatura a ministro do Supremo Tribunal Federal e comentar sobre os recentes escândalos no Senado, protagonizados por José Sarney.

O Roda Viva, apresentado por Heródoto Barbeiro, contará com a participação de Claudio Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil; Rui Nogueira, chefe de redação da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S.Paulo; Mônica Bergamo; colunista da Folha de S.Paulo; e do advogado Gabriel Ferreira.

domingo, 26 de julho de 2009

Conexão recebe Walmor Chagas

(O jornalista Roberto D'Avila é o diretor geral e apresentador do programa)
O ator Walmor Chagas, que faz 60 anos de carreira, é o convidado do programa Conexão Roberto D´Avila deste domingo, às 20 horas, na TV Brasil. A entrevista foi gravada no Hotel Copacabana Palace, onde o ator, diretor e produtor teatral fala de sua trajetória de sucesso. Ele atuou em mais de 40 peças, cerca de 20 filmes e 30 novelas e casos especiais.

Há mais de 10 anos, Walmor Chagas se recolheu em Guaratinguetá, na Serra da Mantiqueira, onde tem um sítio. Dali só sai para realizar algum trabalho que realmente o empolgue. Gaúcho de Alegrete, o ator começou a atuar em 1948, na peça Antígona, de Jean Anouille, apresentada no teatro do estudante de Porto Alegre. Em 1952, foi de mudança para São Paulo, a fim de trabalhar no Teatro Brasileiro de Comédia.

Lá, conheceu dois dos mais importantes nomes do teatro brasileiro: Ziembinski e a grande diva Cacilda Becker, com quem foi casado até a morte prematura da atriz aos 48 anos. Juntos, eles fundaram a Companhia de Teatro Cacilda Becker, em 1958, responsável por algumas das principais montagens teatrais no país, durante os anos 60. Na entrevista, ele fala de Cacilda, do grande teatro que foi o TBC – Teatro Brasileiro de Comédia - e dos filmes São Paulo S.A e Valsa para Bruno Stein, que interpreta Bruno Stein, um homem de idade que não vê mais prazer na vida.

Na galeria das grandes personagens interpretadas por Walmor na Companhia destacam-se, ainda, peças como Volpone – de Ben Jonson, Jornada de um Longo Dia para Dentro da Noite – de Eugene O´Neill, Gata em Teto de Zinco Quente - de Tennessee Williams e Quem Tem Medo de Virginia Woolf – de Edward Albee, esta considerada o ponto alto de sua carreira.

Em 1965, o ator estreou no cinema com o clássico São Paulo S.A, de Luiz Sérgio Person, atuação que lhe valeu elogios do diretor espanhol Luis Buñuel. Em 1976, atuou em Xica da Silva, de Cacá Diegues. E sua primeira telenovela foi Teresa, exibida na extinta TV Tupi. A partir de 1970, trabalhou em muitas novelas de sucesso da TV Globo.

O programa Conexão Roberto D´Avila com Walmor Chagas irá ao ar domingo, dia 26/07, às 20h, na TV Brasil.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Observatório da "não cidadania"



Carro em cima da calçada não é uma peculiaridade de Campos. O Jornal do Brasil, em outros tempos, mostrava fotos com flagrantes do tipo na cidade do Rio de Janeiro. Fez escola. Mas o caso campista chama atenção pelo caráter de banalização que ganha.

É fato que no seu crescimento nem sempre projetado, a cidade torna-se às vezes pequena para as expansões resultantes do adensamento demográfico. Entretanto, não se justifica a espaçosidade individual.

Não dá para construir um lugar bom para se viver com cada um fazendo sua leizinha. Por comodidade, ou usando desculpas como a insegurança, muita gente estaciona na calçada para ficar mais próxima do local aonde trabalha ou passa momentos de lazer.

A falta de noção no trânsito campista é notória. Tratei aqui da questão de ocupação de espaços públicos ao repercutir trabalho acadêmico de duas professores de geografia. E desse trabalho que sai o conceito citado no título desta postagem.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Outras telas

O programa 3 a 1, da TV Brasil, é uma das boas alternativas para quem está interessado em informação para além do gênero "sociedade do espetáculo" oferecido pelas redes convencionais. Na edição especial dessa quarta-feira debateu com três jornalistas convidados a preocupante crise hondurenha.

O programa passou. Por que estou falando então do assunto aqui? Porque os brasileiros gostamos muito de televisão. Nos informamos e formamos nossa opinião principalmente pela tv. Se o Jornal Nacional sempre foi discutível, qual é a alternativa quando as demais redes se esmeram em oferecer suas versões de JN?

Assistam a uma edição dos telejornais dessa faixa de horário - entre 20h30 e 21h30 - da Cultura ou TV Brasil, outros jornalísticos da TV Câmara e Senado e pensem se não é tão ou mais interessante. Informação há tempo não é problema.

Opções para quem pode pagar também não. O que nos desafia atualmente é quem informa, qual seu interesse, a que ou a quem está ligado. Em geral a mídia convencional segue a lógica de agradar a dois senhores: o discurso da isenção e o interesse de fazer dinheiro.

Por aí segue que a balança pende para o segundo. Por isso somos soterrados de publicidade, ideologia e uso da técnica de produção jornalística para atender às vontades de setores políticos e econômicos. O desafio é oferecer opções ao alcance do povo.

A TV Brasil vem se consolidando como uma boa alternativa para o telespectador. Infelizmente ainda atinge uma faixa um tanto seleta, a dos que têm antena parabólica ou assinam tv a cabo. Seu desafio é consolidar uma rede de afiliadas que permita expandir o universo de telespectadores.

Em Campos e no Norte Fluminense de maneira geral não pode chegar aos lares pela antena comum. Para variar, a experiência da recepção da tv pública por aqui se deu em cenário pouco republicano. A extinta TVE (foi encampada pela TV Brasil) nos chegava via afiliada da família Escáfora, dona de A Notícia.

O sinal era ruim e após as 23 horas saia do ar sem mais nem menos. Sequer atingia a toda a parte da cidade de Campos. Uma outra alternativa é a TV Cultura, de São Paulo, que por aqui chega via UniTV, da sofrida Faculdade de Filosofia de Campos. Só é acessível para quem assina a Via Cabo.

Um bom trabalho para nossos deputados estaduais e federais, nossos vereadores é viabilizar politicamente uma concessão regional de tv pública. Possivelmente a TV Brasil. A Universidade Federal Fluminense (UFF) mexe com cinema há muito tempo. Lida com comunicação e vai crescer em Campos e região.

O Instituto Federal Fluminense (IFF) também é outra alternativa para sediar um projeto desses. Não é demais lembrar que a câmara de vereadores de Campos gasta recursos públicos com sua versão de tv pública que é oferecida apenas para quem assina a televisão a cabo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A mídia e a gripe

(foto Valter Campanato/ABr)

(Por TV Brasil)

O programa Observatório da Imprensa desta terça-feira (21), às 22h40, vai debater a cobertura da mídia em relação à gripe suina. O vírus foi identificado inicialmente no México, provocando mortes. Depois disso, atingiu outros países, levando autoridades governamentais a tomarem medidas preventivas e se posicionarem em estado de alerta.

No Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil tem, até o momento, 1.175 casos confirmados. A imprensa tem noticiado bastante o fato, principalmente depois da descoberta da causa da doença e da possibilidade de cura. Mas será que a situação está sob controle?

A mídia tem feito a sua parte? E agora, com o surgimento de pessoas contaminadas sem ter tido contato com pessoas infectadas em outros países, o que o Ministério da Saúde acha disso? A resposta será dada pelo próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que estará ao vivo no estúdio da TV Brasil, em Brasília, para falar sobre a situação.

Outras entrevistas estão sendo realizadas com correspondentes fora do país, como Caio Blinder, de Nova York, e Ariel Palacius, de Buenos Aires. Eles vão contar como está sendo feita a cobertura da gripe suína em seus países. No caso da Argentina, a preocupação é também com a contaminação dos porcos, que está deixando o país em polvorosa.

O programa vai conversar ainda com jornalistas da área de saúde, que vão discutir como a imprensa deve fazer a cobertura da doença, sem causar pânico na população. O programa é apresentado pelo jornalista Alberto Dines e vai ao ar na terça, 21, às 22h40.

Salve a água II

Uma simples consulta a publicações como o Atlas da Água, da editora Moderna, deixa a gente quase em paranóia. Informações como as apresentadas ali nos levam a entender a mobilização de gente que é contrária ao consumo de carne e à agricultura em escala de negócios. Afinal, dois terços da água potável do mundo são utilizados em agropecuária. Um pouco das informações da publicação:

Para produzir um quilo de batatas são gastos, na plantação, de 150 litros até 400 litros de água; para um quilo de cereais, outros 1.500 litros; e a produção de um quilo de bife de carne bovina pede de 15 mil a 20 mil litros, ou seja, 15 a 20 toneladas, pois é preciso muita água para se criar uma vaca do seu nascimento à idade do abate, principalmente para a manutenção do pasto em que será criada.

Outras fontes para pesquisa ou simples tomada de informações sobre os temas água, meio ambiente e preservação:

http://www.meioambiente.gov.br

http:// www.valeverde.org.br/html/pesq.php

http://www.ecodesenvolvimento.org.br/voceecod/poupe-agua-da-descarga

"A essência está nos detalhes"



Na simpática avenida beira-mar, na Praia dos Campistas, há um terreninho que vale algumas dezenas de milhares de reais. O lixinho na frente não é bem o que interessa à nossa câmera, mas o que há lá no fundo, quase perdido. Chegando perto vemos o traço do artista e sua singela criação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Salve a água


A fotografia de um banheiro com o importante trio usado para o asseio de pessoas ditas civilizadas pode soar estranha neste espaço. Mas vou tentar mostrar que tem tudo a ver.
O consumo de água, principalmente a tratada, é um assunto de primeira preocupação.

Há pessoas que aderem a medidas alternativas para a economia de água ou seu uso de forma racional. Gente que não dá descarga na primeira vez que urina, mas depois de fazê-lo mais uma ou duas vezes.

Condomínios já são construídos de maneira a se utilizar água de banho ou de lavagem de roupa para limpeza de pátios, garagens e outras instalações. No caso dos banheiros, o consumo das válvulas de descarga não é pequeno.

Entre um litro e meio a um litro e setecentos mililítros por segundo. Existe um programa específico do governo federal para estudar e propor alternativas para a racionalização e desenvolvimento das construções. Entre as questões envolvidas está o uso de recursos como a água.

É o PBQPH (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade da Habitação). Ele determinou que a partir de 2003 as bacias sanitárias deveriam consumir no máximo 6 litros de água. Antes a tolerância era de 12 litros.

Banheiros bem que podiam ter sempre a alternativa de um mictório para os homens. Além de menor consumo de água nas descargas evitariam a velha briga entre casais, por conta de os homens esquecerem de baixar a tampa do vaso após urinar.

Em casa, outro desafio ao bom senso é a maior ou menor abertura das torneiras da cozinha e áreas de serviço. Uma torneira típica faz jorrar entre 11 e 19 litros de água por minuto. Portanto, voltando à questão do início, esse banheiro mostrado é bom exemplo a meu ver. E ele é de um organismo público usado por milhares de pessoas a cada mês.

domingo, 19 de julho de 2009

Aula de jornalismo

(foto TV Cultura)

O jornalista americano Gay Talese disse, durante entrevista (inédita e gravada) ao Roda Viva, que irá ao nessa segunda-feira (20/7), a partir das 22h10, que o jornalismo nos Estados Unidos não foi bom durante o período do governo Bush.

“Não foi um bom casamento”, relata. Talese explica que, depois do ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, o jornalismo se enfraqueceu e a tendência de se abraçar a causa anti-terrorista de George W. Bush ficou visível. “Quando vimos o avião cruzando o World Trade Center não podíamos dizer que aquilo não era verdade”, diz.

Talese, de 77 anos, 11 livros publicados, um deles sobre os bastidores do The New York Times, ainda fala sobre a melhor entrevista que fez, o que considera ser realmente jornalismo, a influência das famílias no controle dos meios de comunicação e de seu próximo livro, que vai enfocar os 50 anos de seu casamento com a editora Nan Talese.

Aos jornalistas, Gay Talese aconselha: “Trabalhe duro, vá às ruas, fale com as pessoas”. O jornalista ressalta que não há história linear. “O jornalismo não é feito de perguntas e respostas. Circule, veja as pessoas, você vai encontrar outras histórias”.

Bicicleteiros - Um exemplo para o Norte Fluminense

Posto esta matéria da Comunicação Social da prefeitura de Goiânia apenas para demonstrar aos leitores do blog em Campos, e de cidades vizinhas, como o ciclismo pode ser tratado com a devida atenção. Também pode servir de exemplo para nós.

Campos tem a tradicional corrida de São Salvador e muita gente que batalha com grande esforço pela causa. Se a montanha de dinheiro dos royalties não nos legou um espaço apropriado, ou algo mais que a corrida anual, nem por isso alguns apaixonados pelo ciclismo deixam de promover seus eventos com iniciativa própria. Eis a matéria:


O prefeito Iris Rezende recepcionou hoje, com um café da manhã, 68 ciclistas da Federação Goiana de Ciclismo. O grupo, formado por atletas profissionais e amadores, participa do 8º Passeio Ciclístico de Goiás, promovido pela Federação Goiana de Ciclismo. O encontro com os ciclistas aconteceu no hall principal do Paço Municipal e contou com as presenças de vereadores, secretários, diretores e servidores da Prefeitura.

Na oportunidade, o prefeito saudou e parabenizou os atletas pela prática e o incentivo ao esporte, como muitos outros, de vital importância para a saúde e o relacionamento humano. “Este café da manhã foi uma forma de mostrarmos o nosso apoio e incentivo ao esporte”, disse.

O presidente da Federação Goiana de Ciclismo, Osiris Freitas, agradeceu a Prefeitura pelo apoio sempre concedido à modalidade esportiva, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel). “Esta é a oitava edição do evento e pela oitava vez a Prefeitura nos dá esse apoio, tanto logístico, quanto psicológico para todo o grupo”, destacou Osíris.

Segundo o presidente da Federação de Ciclismo, o 8º Passeio Ciclístico não tem caráter competitivo, mas sim de incentivar as pessoas de todas as idades praticarem o esporte.

Os ciclistas saíram na madrugada de hoje de Bela Vista, onde começaram a percorrer os 165 quilômetros da primeira etapa rumo a Cidade de Goiás. Eles passarão por Inhumas, Itauçu, Itaberaí e cidade de Goiás. A segunda etapa do passeio começa amanhã (18), saindo da cidade histórica, passando por Faina, Araguapaz e finalizando o percurso em Aruanã.



No total, serão 382 quilômetros percorridos pelos ciclistas. A equipe conta com uma UTI móvel particular, cinco batedores do Batalhão de trânsito e uma unidade móvel do Corpo de Bombeiros.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A luta por um turismo rural


O cartaz móvel da comunicação alternativa informa: tem cavalgada por entre as belas paisagens de Rio Preto, distrito da região serrana de Campos. Vai ser nessa domingo (19) a partir das 10 da manhã. Sim há alternativas. Há anos, com alguma ajuda oficial e, o mais comum, sem muito apoio, empreendedores locais tentam alavancar o turismo rural.


Geralmente o pessoal se concentra em uma das pousadas localidade e depois pega as trilhas e estradas. É uma manhã diferente para quem está se acostumando com a ideia de que diversão é coisa apenas da cidade. Os últimos governos municipais fizeram tímidas investidas na direção do interior.


Em turismo rural, para variar, quase nada foi feito. Apoio a uma ou outra coisa quando muito. E sempre com a lógica de nossa política tacanha. Serviço só para quem fecha com o vereador local que por sua vez tem de estar ligado aos xerifes do momento. Infelizmente não há o menor indício de mudanças nesse sentido.


É como a história do trator que passa ao largo da propriedade de quem não vota com o grupo. Rio Preto tem um clima agradável e dinâmico que permite atividades ao longo do ano. É rico em potencial para atividades esportivas, banhos, gastronomia, descanso e muito mais.


Assim como ocorre com Lagoa de Cima, outro lugar de Campos com grande potencial, é tratado com demagogia e politicagem. Sem contar inumeras promessas. A prefeita Rosinha prometeu uns mundos e fundos para essas questões. Vamos ver se vai fazer ou somar voz ao coro da omissão politiqueira.


Sutilezas urbanas


Há gestos que inspiram uma cultura de paz na cidade. É o caso do que acontece nessa proteção de árvore numa calçada da Rua Doutor Siqueira, bem perto do cruzamento com a Voluntários da Pátria.

Acredito que tenha sido o dono da casa que colocou um pedaço de pneu de bicicleta na quina da estrutura metálica para evitar arranhões na porta do carro de quem estaciona no local.

A cordialidade do tempo em que as pessoas se davam bom e dia e boa tarde nas ruas ainda existe. Nos bairros de classe média bem menos é verdade. Mas há uma base para uma convivência melhor entre nós.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

"A essência está nos detalhes"



A cidade vive, respira, se expande. É múltipla, diversa, mas tem seus limites. Espremida cada vez mais pelos carros exige dos gestores grande capacidade criativa e rigor. Esta última qualidade para coibir nossa inclinação enorme pelo desrespeito ao direito do outro, representado pelas leis. O cruzamento da Avenida Pelinca com Voluntários da Pátria é um laboratório a céu aberto do que se diz aqui. O problema desse ponto da cidade reflete uma situação corriqueira da sua totalidade.

A dupla estrutura de semáfaros divide a fila de carros entre quem vai tomar a esquerda para seguir na direção do Pelincão e a direita para a Conselheiro Otaviano - a rua do Hospital Dr. Beda. Isso exige que os motoristas se posicionem na faixa da esquerda ou direita respectivamente. A todo momento alguém pára do lado direito e ignora absolutamente o interesse dos que querem usar essa metade de rua para a finalidade prevista.

A Empresa Municipal de Tânsito (Emut) pode resolver o problema da falta de sinalização colocando uma placa vísivel antes da Igreja Mãe dos Homens. Ela fica a cerca de 50 metros do cruzamento. Assim o motorista terá tempo de ater-se ao detalhe: é preciso escolher o lado certo.

A outra questão envolvida no problema remete ao popular "o buraco é mais embaixo". É o desafio da educação, da família, de cada um de nós: formar gente capaz de gostar muito de si, mas também do outro e da percepção de que somos um coletivo - como se diz nas prisões.

Sei que garotos de classe média são co-criados por empregadas que não raro ganham menos de um salário mínimo e pela televisão. Sei que os excluídos sobrevivem como podem. Reconheço que o município de Campos hoje é conhecido não pelos grandes professores que teve e têm, os bons jornalistas, os bons comerciários, os bons trabalhadores, seu bom povo, mas por uma minoria de corruptos.

Mas quero acreditar que as pessoas que aprendem algo na vida, suficiente para poderem comprar carros e se habilitarem a dirigi-los, bem que podem também ser cidadãos no sentido pleno do conceito.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um mergulho nos bailes funk em Campos


Uma pautinha interessante para os colegas do jornalismo diário: A territorialidade in (visível) dos bailes funk em Campos. O assunto é tema da monografia do futuro professor de Geografia, Almir Gonçalves de Souza Jr. A defesa acontecerá nesta quinta-feira (15) no IFF (ex-Cefet), às 16 horas.

Durante meses o estudante conviveu com jovens de comunidades faveladas para estudar o fenômeno. Lá pelas tantas um jovem do tráfico perguntou se o pesquisador não tinha medo de morrer.

Além de estudar os aspectos culturais e geográficos, ele entrevistou pessoas das comunidades, organizadores de bailes e também traficantes. O resultado vai ser apresentado à banca formada por doutores e mestres do IFF, Universidade Candido Mendes e Uenf.

Acostumados a acompanhar a vida dessas comunidades com a intermediação da polícia, nós da imprensa temos uma boa oportunidade de dar também um mergulho nesse rico universo. Na geografia aprende-se que uma paisagem, para ser verdadeiramente conhecida, exige mais que sensibilidade do olhar.

É preciso saber chegar, conhecer o que há por trás das aparências, a forma como as coisas se relacionam. O grande geógrafo Milton Santos usa como metáfora a prática de remover camadas de paredes até chegar àquela da tinta original. É assim que se desvenda a paisagem.

Quanto aos territórios, marcados por relações de poder, há nesse caso específico das comunidades muito o que desvendar. Vale lembrar problemas recentes, como a briga de grupos rivais da Baleeira e Tira Gosto, em eventos cívicos na frente da prefeitura de Campos. Isso tem a ver com a territorialidade, representada pela ação de determinados grupos numa fração de espaço e de domínio a partir de relações de poder.

No caso de Campos, a territorialidade dos traficantes é há tempos operada em rede. Da TG ou Baleeira eles dominam ruas e bairros. Essa situação complexa é do conhecimento de autoridades e da população. As implicações mais profundas disso, dizem os pesquisadores e acadêmicos, pouco têm sido percebidas pela imprensa.

Por outro lado, as percepções da academia não costumam chegar com facilidade à população.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Podem tomar nossas calçadas à vontade


Ruas são modificadas para atender a novas demandas das cidades. Parece natural que assim seja. Mas certos dispositivos legais nem sempre acompanham as demandas sociais na mesma proporção.

O Código de Postura pode ser bem um desses casos. A fotografia aí de cima, tirada num domingo, mostra uma senhora passando sozinha pelo que lhe restou da calçada. Fosse um outro dia e a pessoa em questão um cadeirante, restaria a rua como única opção.

Isso num momento em que o trânsito de veículos desse uma trégua. Conversando com professores do curso de Construção Civil do IFF (Cefet Campos) eles disseram acreditar que os responsáveis por obras usam a calçada numa faixa permitida pelo Código de Postura.

Nem vou saber quantos centímetros ou um metro e o que é autorizado pelo dispositivo legal. Não precisa. Seja quanto for, hoje em dia não cabe mais. A cidade de Campos deixou de ser pequena. É de médio porte. Tem quase 500 mil habitantes e em breve terá o dobro.

Prédios ao serem construídos têm de apresentar em seu projeto alternativas para usarem a área do terreno em que serão edificados para as suas necessidades. A sociedade não pode pagar, abrindo mão de sua mobilidade, por essa espaçosidade.

No Centro estão transformando o ponto de uma antiga loja, a Imperial, fechada há pouco tempo, num novo empreendimento. O tapume avançou totalmente sob a já estreita calçada da Barão de Cotegipe. A imagem mostra claramente o que os pedestres têm de fazer e em que condições.

Seria o caso de os vereadores de Campos, tradicionalmente chegados a retirar a tradição das ruas mudando-lhes os nomes, proporem uma revisão desse código. Ele precisa corresponder aos novos tempos ou ao menos a retransformações espaciais e os usos da cidade em sua dinâmica incessante.

domingo, 5 de julho de 2009

Agências bancárias mais tristes

Os banqueiros não têm motivos para estar tristes. Disso sabemos. Mas os bancários de Campos sim. Há um mês as agências da cidade estão privadas da alegre presença do Marquinhos. Muita gente o conhece porque ele costuma ser presença constante na região central.

Sempre apressado, com seu indefectível crachá no paletó, os óculos de grossas lentes e não raro um sorriso. No início de junho Marcos Gomes Carvalho, 54, sofreu um Acidente Vascular Cerebral que o deixou por 17 dias na UTI do Hospital da Unimed.

Neste sábado pôs um basta ao período de afastamento das ruas. Desejou fazer a barba e sua irmã o levou à barbearia de José Alves - este por sua vez uma história a parte - na Avenida Pelinca. Por enquanto nosso simpático Marquinhos depende de uma cadeira de rodas e do esforço da irmã para se locomover.

Mas segundo ela, os médicos constataram que não houve lesão da estrutura neurológica e ele deverá progredir na recuperação em sessões de fisioterapia. O braço e a perna esquerda estão enrijecidos.

Marquinho não desanima, felizmente. Ele faz parte de uma galeria especial da humanidade. Vive com alegria, semeia a paz, a simpatia e a ideia de que o ser humano pode ser ele mesmo, do jeito que é.

A todos nós, creio, só resta entender que somos diferentes e que podemos e devemos ser felizes assim. Numa boa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Jovens e paz


(Os participantes da Conferência "Juventude e Segurança Pública" - foto do blog do Sepé - Fabiano Seixas)

(Texto publicado nesta quinta-feira no Monitor Campista)

Estávamos todos trabalhando e de vez em quando surgia uma piada, uma conversa amena. Aí uma colega de trabalho recebe um telefonema que muda aquele momento. Era a realidade dura, lá de fora. Vinha de seu marido que acabara de passar pela Avenida 28 de Março. Houve tiroteio e ele queria que a colega o aguardasse para acompanhá-la. Um cuidado. Um carinho. Ambos são jovens, têm menos de 25 anos.

Passei imediatamente a pensar em como é injusta a violência que interrompe tanta potencialidade jovem, tanta promessa. E de como é interessante esse momento em que a juventude ganha as ruas de Campos para pedir um basta. Para pedir reflexão, mobilização social e política a fim de combater a violência que tem matado jovens. São muitos, mesmo numa cidade que até um tempo atrás era adjetivada como pacata.

Em todo mundo pensadores de várias áreas debatem fenômenos atuais como a falta de mobilização social a escassez de bandeiras que levem as pessoas à mobilização. E quando se reflete sobre o anestesiamento social é inevitável não pensar ou citar o jovem, os jovens. São eles a parte mais sensível das mobilizações. Foram eles a força popular mais robusta na derrubada de um presidente manchado pela corrupção – Fernando Collor – que tristemente voltou à cena política.

Talvez tenham sido eles as maiores vítimas das ditaduras recém-encerradas, a brasileira e outras tão ou mais cruéis na América do Sul. Os jovens que saíram às ruas de Campos não fizeram apenas um ato para a mídia preencher suas pautas. O movimento de mobilização contra a violência está tendo sequência. A conferência realizada no IFF para colher sugestões e ideias da juventude local e de autoridades mostra isso. O blog de Fabiano Seixas aqui tem
boas informações sobre o assunto.

Uma outra mobilização, de interesse de todos nós diz respeito a relações saudáveis em família, entre amigos, nos lugares públicos num esforço para desenvolver uma cultura de paz. É urgente colocar nas pautas de discussões das câmaras de vereadores, nas assembléias, no Congresso Nacional um debate maduro sobre o que fazer com o flagelo das drogas. É urgente repensar nossos hábitos e desestimular, esvaziar uma cultura de consumismo e individualismo tão facilmente identificada em out doors, na mídia, nas conversas de muita gente.

Ciência na imprensa de Campos


Nesta foto produzida pela Impar Comunicação, da assessoria de imprensa do IFF (ex-Cefet) professores debatem detalhes de projetos de monografias de alunos do 6º período da Licenciatura de Geografia. Já faz um tempo que acho totalmente viável a criação de uma editoria específica para ciências na imprensa de Campos.

Acredito que a produção acadêmica das faculdades e universidades locais dá conta disso.
Não só uma repercussão do que é pesquisado em mestrados, doutorados, mas até mesmo projetos propostos pelos professores às graduações.

Os temas pesquisados com o rigor da academia e escritos na linguagem acessível dos comunicadores sociais podem informar à população e melhorar a qualidade da pauta dos jornalistas.

De maneira geral o que se produz nas instituições de pesquisa e ensino chega aos jornais via trabalho de suas assessorias de imprensa. É cômodo para as empresas de comunicação. Mas pode-se e deve-se ir mais longe.

A sociedade só tem a ganhar com a presença mais constante das mídias na universidades e estas provavelmente poderão aferir a credibilidade e validade de seus esforços. Há grandes questões soterradas em estantes de bibliotecas das instituições. É democrático e interessante que essas produções não passem apenas e eventualmente pelas mãos de quem pesquisa.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nenhuma palavra

Na lida com Jung, Vygostky, a geografia do mundo contemporâneo e prática pedagógica, seminários e provas...

Não vou falar nesta postagem de coisas complexas do mundo. De como alguém muito rico e talentoso desumaniza-se até morrer na miséria de uma vida solitária.

Tampouco conseguirei pesquisar nos bastidores do poder o gene de nossa vida política calcada na administração da miséria, na demagocia e em sua grande mãe, a mentira.

Hoje, tudo que posso oferecer a quem caiu nesta página no oceano da internet é esta ave e um fragmento de sua vida, para a qual não há seis dias de trabalho e um de descanso.

Quando a vi com pés tão delicados postos na pedra impenetrável e na água frágil que transforma, senti a enorme emoção de constatar como a vida pode ser tão bela sem que se diga uma só palavra.

Quem sou eu

Os colegas têm em mãos uma ferramenta versátil e interativa. Para as postagens pedimos que se identifiquem. Assim, nossas manifestações poderão ser ainda mais responsáveis. Todos estão convidados a contribuir acrescentando com seus comentários informações, dados, detalhes que tornem nossa comunicação melhor. Para os comentários optamos pela mediação possibilitada pelo blospot. Mas nossa intenção é apenas resguardar pessoas e nossa instituição. Tão logo seja possível eles estarão na página. Outra questão é que o blog pretende-se dinâmico. Muda de acordo com as interações. Por exemplo, se os colegas quiserem criamos seções para artigos, crônicas, poesias, reflexões. Mandem seus textos assinados para iffcamposcentro@gmail.com No mais, vamos falando... Antonio Fernando Nunes - Comunicação Social do campus