O programa 3 a 1, da TV Brasil, é uma das boas alternativas para quem está interessado em informação para além do gênero "sociedade do espetáculo" oferecido pelas redes convencionais. Na edição especial dessa quarta-feira debateu com três jornalistas convidados a preocupante crise hondurenha.
O programa passou. Por que estou falando então do assunto aqui? Porque os brasileiros gostamos muito de televisão. Nos informamos e formamos nossa opinião principalmente pela tv. Se o Jornal Nacional sempre foi discutível, qual é a alternativa quando as demais redes se esmeram em oferecer suas versões de JN?
Assistam a uma edição dos telejornais dessa faixa de horário - entre 20h30 e 21h30 - da Cultura ou TV Brasil, outros jornalísticos da TV Câmara e Senado e pensem se não é tão ou mais interessante. Informação há tempo não é problema.
Opções para quem pode pagar também não. O que nos desafia atualmente é quem informa, qual seu interesse, a que ou a quem está ligado. Em geral a mídia convencional segue a lógica de agradar a dois senhores: o discurso da isenção e o interesse de fazer dinheiro.
Por aí segue que a balança pende para o segundo. Por isso somos soterrados de publicidade, ideologia e uso da técnica de produção jornalística para atender às vontades de setores políticos e econômicos. O desafio é oferecer opções ao alcance do povo.
A TV Brasil vem se consolidando como uma boa alternativa para o telespectador. Infelizmente ainda atinge uma faixa um tanto seleta, a dos que têm antena parabólica ou assinam tv a cabo. Seu desafio é consolidar uma rede de afiliadas que permita expandir o universo de telespectadores.
Em Campos e no Norte Fluminense de maneira geral não pode chegar aos lares pela antena comum. Para variar, a experiência da recepção da tv pública por aqui se deu em cenário pouco republicano. A extinta TVE (foi encampada pela TV Brasil) nos chegava via afiliada da família Escáfora, dona de A Notícia.
O sinal era ruim e após as 23 horas saia do ar sem mais nem menos. Sequer atingia a toda a parte da cidade de Campos. Uma outra alternativa é a TV Cultura, de São Paulo, que por aqui chega via UniTV, da sofrida Faculdade de Filosofia de Campos. Só é acessível para quem assina a Via Cabo.
Um bom trabalho para nossos deputados estaduais e federais, nossos vereadores é viabilizar politicamente uma concessão regional de tv pública. Possivelmente a TV Brasil. A Universidade Federal Fluminense (UFF) mexe com cinema há muito tempo. Lida com comunicação e vai crescer em Campos e região.
O Instituto Federal Fluminense (IFF) também é outra alternativa para sediar um projeto desses. Não é demais lembrar que a câmara de vereadores de Campos gasta recursos públicos com sua versão de tv pública que é oferecida apenas para quem assina a televisão a cabo.